
É este ambiente insano que o dia quinze de novembro sol, cheio de sol, veio iluminar. Trazer a alegria das árvores que se despedem das folhas. Uma alegria passageira e plena de luz, numa estética de cor forma e textura que se guarda nas fotografias ou nas páginas dos livros, ou por aí, na memória das estações da infância, sinestesias de frios entrecortados de súbitos calores que o rubor dessas mesmas folhas comprova. Não escrevo diários, já o disse, mas há dias de encher diários. Dia quinze é um dia de diário preenchido, embora a imagem aí em cima seja do dia oito, em que não escrevi porque estava lá a pedir a demissão da ministra, a desejar que venha outro alguém com quem se possa conversar. Eu vivo ainda no terreiro, é insano tudo isto, as entrevistas e sempre a mesma conversa, a avaliação continua, como se alguma vez ela tivesse deixado de continuar. Mas qual avaliação? Qual?
Estaria agora num banco de jardim a pensar na audácia de agustina quando insinua o amor de afonso lV por inês, ou quando se mistura com as personagens das suas adivinhas escritas em oitenta e três (As Adivinhas de Pedro e Inês), um livro absolutamente obrigatório. Dizia eu que agustina se mistura com as personagens e anula o tempo e tem a ousadia de perguntar ao frade de alcobaça que assistiu à ressureição de pedro - sim ressureição ! -, perguntar-lhe porque voltou pedro à terra, e deduzir que voltou para confessar o seu crime de bigamia que deve ficar no silêncio do túmulo para bem geral da nação, para que fernando seja o formoso e leonor de teles possa desenhar o seu rosto na história.
O que ficará destes dias de outono? Também, como sophia, vemos ouvimos e lemos, não podemos ignorar.
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