sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

máscaras




Voltei sem tema, sem ferramentas. Espanta-me a facilidade de outros a definir limites, a escrever magias. Parece que tenho as mãos atadas e a cabeça oca de tanta realidade cinzenta. Imagino um momento bom. Há muito que não guardo apontamentos no velho cartapácio de dois mil e sete - agenda pronto - que demoro a abandonar porque há lá coisas que gosto de rever, como os nomes dos poetas húngaros que até agora não tive oportunidade de ler, ou o verso que ainda não me serviu, ou o número de telefone de alguém com quem nunca mais falei. Penso num museu prometido que visitei há algum tempo. Não anotei nada desse dia, fotos apenas, como essa no topo em que se vêem as máscaras de shiva e parvatti, pais de ganesh, o deus elefante, menino elefante amado e desejado para salvar o mundo e restaurar a ordem e a confiança e a alegria de viver e de ser. Havia máscaras avatares de outros deuses, trindades da índia mãe que nunca verei. Nunca me banharei no ganges e às portas da antiga cidade imaginada, se pedir esmola, não será para a lenha que há-de queimar o meu corpo, antes para a máscara oriental com que hei-de recriar a primeira idade.

foto: museu do oriente

2 comentários:

  1. hei-de ir, assim que o tempo o permita.

    bom fim de semana
    bjs.

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  2. Olá moriana,

    vai sim tão logo possas. Parece-me que a exposição de máscaras não é permanente. Faz visita guiada (domingos, onze e tal da manhã) se entretanto ainda estiver por lá quando fores, vale bem a pena.

    Beijinhos e bom domingo

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