quarta-feira, 2 de setembro de 2009



cátedra




Não quero falar de política. Daqui, do lugar onde me encontro, vejo uma primavera a nascer no outono. Digo que é uma primavera com muitos espinhos e concordarão, mas os espinhos não são impeditivos de respirar ar puro e a capuchinho vermelho será só uma história para crianças e a pelicana apenas a alcunha da mãe de d. antónio, prior do crato, nosso rei por uns dias, nos idos trágicos de alcácer quibir.

Não quero falar de música. Daqui, do lugar onde me encontro, vejo um circo montado à volta do pai de filhos de outros espermas e de auto - denominados filhos dispostos a testes de ADN para beliscar a herança física, monetária e artística do ídolo de triste figura, michael mumificado e maquilhado, dentro de um caixão banhado a ouro no sossego eterno do forest lawn memorial de glendale e nosso rei peter pan forever.

Não quero falar de férias. Daqui, do lugar onde me encontro, vejo uma franja de mar a rumorejar palavrinhas salgadas. Vem vem, diz ele, sabendo que já estou longe e que o confundi com o mar da irlanda durante uns dias, onde de facto vivi tomada pelo ímpeto criativo de ulisses, aliás bloom dedalus, aliás joyce, confirmando o que se sabe, porque como s. tomé quis ler para crer. Ulisses, rei de ítaca nossa de cada dia.


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